Ataulfo Alves de Sousa
Mirai - MG, 2 de maio de 1909
Rio de Janeiro, 20 de abril de 1969
Ataulfo Alves tinha um estilo próprio de fazer samba. Com sua “mineiridade” típica, sempre manso e tranquilo, introduziu novos tons à música que vinha dos morros e subúrbios cariocas na década de 1930. A elegância era outra de suas qualidades ímpares. Em 1961, foi eleito um dos dez homens mais elegantes do Brasil, em famoso concurso promovido pelo colunista Ibrahim Sued.
Aos oito anos, já escrevia versos. Aos dezoito, fixou residência no Rio de Janeiro e, aos vinte anos, começou a compor e tornou-se diretor de harmonia do Fale Quem Quiser, bloco organizado pelos moradores do bairro em que vivia. Em 1933, Almirante gravou o samba Sexta-feira, sua primeira composição a ser lançada em disco. Dias depois, Carmen Miranda gravou Tempo Perdido, garantindo sua entrada no mundo artístico. Na época da conturbada separação entre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, Ataulfo compôs especialmente para Dalva gravar alguns sambas-canções, entre eles Fim de Comédia e Errei, Sim. Sua musicografia ultrapassa 320 canções, sendo uma das maiores da música popular brasileira, tendo como intérpretes importantes Clara Nunes e os grupos Quarteto em Cy e MPB-4. Entre outros sucessos de sua carreira estão Ai, que saudades da Amélia (parceria com Mário Lago), Mulata Assanhada, Laranja Madura e Leva meu samba.