Antônio Maria Araújo de Morais
Recife, 17 de março de 1921
Rio de Janeiro, 15 de outubro de 1964
Produção de rádio, locução esportiva, crônicas, jingles, humorismo, roteiros de shows, produção de TV. O pernambucano Antônio Maria fez de tudo um pouco para ganhar a vida até ingressar na carreira como compositor, em 1951. Mas foi em 1952 que estourou com duas de suas mais famosas composições: o samba-acalanto Menino grande e o samba-canção Ninguém me ama, ambos gravados por Nora Ney. Da amizade com Vinícius de Moraes, surgiu a parceria no samba Quando tu passas por mim, de 1953, gravado por Araci de Almeida, e posteriormente por Dóris Monteiro, e Dobrado de amor a São Paulo, também lançado por Araci de Almeida.
De sua grande produção musical, apenas 62 canções foram gravadas, entre elas sucessos como Valsa de uma cidade e Canção da Volta, com Ismael Neto, e Manhã de Carnaval e Samba do Orfeu, com Luís Bonfá. Antonio Maria era um “menino grande, espírito atento e observador, que vibrava com tudo a sua volta. Não tocava instrumentos e compunha cantarolando a música, fazendo a letra à medida que a melodia se formava.
“Às vezes eu fico pensando. Não sei se você gostaria de estar vivo agora, meu Maria, depois de 1964. Tudo piorou muito, o Governo, o caráter, a música, perdeu-se aquela criatividade boa e gratuita da década de 50. Em resumo, Maria, não se perdeu a música; perdeu-se a sua dignidade.”
Vinícius de Moraes